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Zainab Al-Ghazali
Zainab Al-Ghazali

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Zainab al-Ghazali é uma mulher especial.  Assim como Aisha Abd al-Rahman, ela é uma egípcia que defende os direitos das mulheres muçulmanas, em consonância com o que ela percebe ser a doutrina islâmica correta. Foi uma ativista islâmica. Nasceu no Egito em 1917 e ainda na sua juventude, foi um membro ativo da União Feminista Egípcia, fundada por Huda al-Sha'rawi, em 1923. Renunciou ao cargo por discordar das   opiniões  e  ideais   do movimento de  libertação  das   mulheres e, aos 18   anos, em  1936, ela  fundou  a Associação das Mulheres Muçulmanas, a fim de organizar as atividades femininas,   de acordo com as normas e propostas islâmicas. Esta organizaçáo prestou serviços inestimáveis aos pobres, órfãos e desvalidos. Embora ela conhecesse Hasan al-Banna, o fundador da Fraternidade Muçulmana, desde os anos 30, e tivesse participado ativamente de muitos programas islâmicos, somente em 1948 ela vai se juntar à Fraternidade.

Quando a Sociedade dos Irmãos Muçulmanos (Fraternidade) foi dissolvida, em 1948, ela se empenhou pessoalmente no compromisso de fidelidade a Hasan al-Banna, apoiando-o nos esforços de estabelecer um estado islâmico. Embora ele tenha sido assassinado logo em seguida, ela permaneceu fiel aos sucessores de Hasan al-Banna e ajudou seus membros, principalmente depois que foram jogados na clandestinidade, durante o regime de Gamal Abdel Nasser (1950/1960).

Em 1965, ela foi presa sob alegação de conspirar contra Gamal Abdel Nasser e seu governo. Ela foi libertada durante o governo de Anwar Sadat em 1971. Além de ser muito ativa no trabalho de Da'wah, Zainab al-Ghazali foi uma escritora fecunda, contribuindo regularmente para a maioria dos jornais e periódicos islâmicos. Em seu último livro, "Return of the Pharoah", ela relata como, falsamente acusada de conspiração contra Nasser, foi detida e levada a prisão. Enquanto aguardava o julgamento na prisão, foi submetida às mais terríveis e desumanas torturas. Ao invés de diminuir seu entusiasmo pelo Islam e pelo movimento islâmico, a selvageria  e abuso que lhe dispensaram só serviu para aumentar o seu compromisso e dedicação pela causa do Islam.

Numa entrevista concedida em sua casa em Heliópolis, Egito, em 1981, Zainab disse:

"O Islam concedeu tudo tanto a homens como a mulheres. Deu tudo às mulheres - liberdade, direitos econômicos, políticos, sociais, direitos públicos e privados. O Islam concedeu às mulheres direitos na família jamais assegurados por  nenhuma outra sociedade. As mulheres podem falar de liberação nas sociedades cristã, judaica ou pagã, mas na sociedade islâmica é um grave erro falar da liberação das mulheres. A mulher muçulmana precisa estudar o Islam e assim ela saberá que foi o Islam quem lhe concedeu todos os direitos."

Este é o cerne do pensamento de Zaynab al-Ghazali, com relação à condição das mulheres, conforme expressado em suas palestras públicas e em seus artigos para a revista al-Da'wa, na qual ela foi editora de uma seção voltada para os ideais de um lar muçulmano. O objetivo de seu ativismo e o de sua associação é educacional: incutir nas mentes femininas a doutrina do Islam, ensinar seus direitos e deveres e conclamá-las para mudanças na sociedade que levem ao estabelecimento de um estado islâmico, governado pelo Alcorão e pela Sunna do Profeta.

Zainab al-Ghazali acredita que o Islam permite   às mulheres  uma participacão ativa na vida pública, trabalhar, entrar na política e expressar suas opiniões. Ela crê que o Islam permite que elas tenham seus próprios bens, façam transações comerciais e que podem ser o que queiram a serviço da sociedade islâmica. Acredita, ainda, que a primeira obrigação da mulher muçulmana é ser mãe e esposa e que nenhuma outra atividade deve interferir no desempenho desse papel, porque esta deve ser a sua prioridade acima qualquer outra. Se ela dispuser de tempo para participar da vida pública, tendo sempre em vista a obrigação primeira, ela pode porque o Islam não a proíbe.

Zainab al-Ghazali acredita firmemente no dever social e religioso do casamento. Em seu primeiro casamento, seu marido discordava de seu ativismo religioso e por causa disso ela se divorciou. Seu segundo marido era mais compreensivo, auxiliou-a em sua missão e jamais a impediu de lutar pela causa islâmica. Em seu livro autobiográfico, ela conta como, embora preocupado com ela, seu marido continuou a apoiá-la em suas atividades. No entanto, ela enfatiza que jamais deixou de lado suas obrigações para com a família, ainda que continuasse a exercer a presidência da Associação das Mulheres Muçulmanas, a trabalhar longas horas em seu escritório e a estar pessoalmente envolvida nas atividades clandestinas da Sociedade dos Irmãos Muçulmanos. Após a morte de seu segundo marido, ela sentiu que havia cumprido com os seus deveres no casamento e que, por isso, estava livre para se devotar integralmente à causa do Islam.

Desencantada com os rumos da revolução egípcia de 1952, que havia contado com o apoio de muitos muçulmanos no seu início, Zainab al-Ghazali passou a considerar Gamal Abdel Nasser e seu regime como inimigos do Islam. Depois que alguns membros da Sociedade dos Irmãos Muçulmanos foram sentenciados à morte e muitos outros condenados à prisão, ela criou programas para amparar os órfãos e viúvas daqueles ativistas, para alimentar os necessitados e desempregados entre os libertados,para ajudar suas famílias e, fortalecer sua posição como presidente da Associação das Mulheres muçulmanas no sentido de fazer o trabalho social tão necessitado. Ela também intensificou suas atividades educacionais e participou de grupos secretos de estudos islâmicos, orientados pelos irmãos muçulmanos que se encontravam na prisão. Em 1962, ela entrou em contado com Sayyid Qutb na prisão através de duas irmãs e obteve a sua concordância para a realização de um curso de leitura de comentários sobre o Alcorão e os Hadith, assim como sobre jurisprudência islâmica. Ele também lhe deu partes de um livro que ele estava escrevendo na prisão para ser publicado mais tarde sob o título Ma'alim fil Tariq.

Páginas deste livro e instruções de Sayyid Qutb, ainda na prisão, além de um conjunto de versículos do Alcorão, seriam estudados por grupos de 5 a 10 jovens em encontros durante à noite na casa de Zainab al-Ghazali. As discussões se seguiram e pontos de vista foram estabelecidos e opiniões formadas. Com a concordância de Sayyd Qutb e das lideranças da Fraternidade, decidiu-se que este programa de treinamento islâmico deveria continuar por 30 anos, que foi o tempo de duração do chamado do Profeta Mohammad em Macca, antes de ele se mudar para Medina e instituir o estado islâmico. Decidiu-se também que, ao fim deste período, uma pesquisa deveria ser realizada no Egito para saber se pelo menos 75% dos egípcios estavam convencidos da necessidade de se estabelecer um estado islâmico. Em caso positivo, eles deveriam providenciar a realização dessa pesquisa,e em caso negativo, deveriam continuar com os estudos e aprendizado por mais 30 anos, que deveria ser repetido até que a nação estivesse pronta para aceitar um governo islâmico, implementando a lei islâmica, de acordo com o Alcorão e a Sunna do Profeta.

Quando o governo egípcio começou a suspeitar desses grupos e a tratá-los como células políticas revoltosas, aconteceu um racha na Fraternidade em 1965. As Irmãs Muçulmanas não foram poupadas, a Associação das Mulheres Muçulmanas foi dissolvida e Zaynab al-Ghazali, entre outros, foi presa. Em 1966, ela foi levada a julgamento com muitos outros e sentenciada a trabalhos forçados por toda a vida. Mas, em 1971, ela foi libertada. No ressurgimento islâmico no Egito, que se tornou mais forte após a morte de Nasser, em 1970, e depois que Sadat assumiu a presidência, ela continuou a ser uma oradora ativa e professora de Islam, conclamando o estabelecimento de um estado islâmico com o ideal de que todos os muçulmanos deviam se empenhar, a fim instituir uma sociedade que fosse guiada pelo Alcorão e pela Sunna do Profeta.

As idéias de Zaynab al-Ghazali em relação a um estado islâmico são muito gerais e carecem de especificidade em muitos pontos. Sua crença nesse ideal, no entanto, não é menos fraca por causa disso. Ela acha que não existe um estado verdadeiramente islâmico sob a face da terra no momento, isto é, onde a shari'ah esteja completamente implementada, nem mesmo o Paquistão ou a Arábia Saudita podem se dizer islâmicos em seu modo de ver.

Ela apoia a revolução iraniana e espera que seu regime logo esteja implantado, a fim de que os iranianos possam canalizar seus esforços na solução de seus problemas externos e internos. O código penal da shari'ah islâmica não deve ser aplicado agora, mas sim quando o estado estiver completamente estabelecido e a shari'ah puder ser aplicada. A fidelidade ao governante islâmico deve ser obtida através de eleições gerais ou por um grupo composto de pessoas sábias, experientes e justas. Ela acha que o Islam proíbe que a chefia do estado islâmico seja uma herança que passa de pai para filho. O chefe de estado pode ser chamado de califa ou presidente e é possível  a existência de dois califas de uma só vez por causa da expansão do mundo islâmico, mas os dois devem estar unidos e seus exércitos devem lutar pela mesma causa. Um califa deve ter um conselho cujos membros devem ser peritos em vários campos, a fim de que ele possa permancer leal e querido pelas pessoas que o elegeram. De acordo com ela, o Islam não aceita um sistema pluripartidário porque o sistema em si já é completo, com os muçulmanos tendo o direito de escolher seu governante e o dever de obedecê-lo enquanto ele permancer fiel ao Islam. Outros sistemas ou regimes foram feitos pelo homem e são inferiores ao Islam, que foi feito por Deus. Não muçulmanos de outras religiões ou ateus serão tratados pelo estado islâmico de acordo com as prescrições do Alcorão e da Sunna. Zaynab al-Ghazali pensa que o sistema islâmico trará justiça a todos, mas os muçulmanos precisam primeiro permanecer unidos. Pode haver diferenças de opiniões entre os muçulmanos a respeito de questões desde que não haja divisões em suas fileiras: eles podem divergir nos meios mas não nos fins, onde a meta deverá sempre ser a unidade.

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"Não é do propósito de Allah abandonar os crentes no estado em que vos econtrais, até que Ele separe o corrupto do benigno, nem tampouco de seu propósito é inteirar-vos, dos segredos do desconhecido; Allah escolhe, para isso, dentre os Seus mensageiros, quem Lhe apraz. Crede em Allah e em Seus mensageiros; se crerdes e temerdes, obtereis ilimitada recompensa". (Alcorão Sagrado: 3;179)

 

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Abu Huraira (R.A.A.) contou que o Mensageiro de Deus disse:
Deus é bom e não aceita nada que não seja bom, e Deus manda que os fiéis cumpram, assim como manda que façam os Seus Mensageiros, dizendo: Ó mensageiros, desfrutai de todas as dádivas e praticai o bem, porque sou sabedor de quanto fazeis. (23:51)  E Ele disse também: Ó crentes, desfrutai de todo o bem com que vos agraciamos, e agradecei a Deus, se só a Ele adorais.' (2:172) O Profeta então disse: O homem viaja uma grande distância, desgrenhado e empoeirado (para a peregrinação, a Umra e por outras razões), alçando as mãos aos céus (e dizendo): Ó Senhor! Ó Senhor!' enquanto come o que é proibido, bebe o que é proibido, veste o que é proibido, e se sustenta por meios ilícitos. Como podem suas orações serem ouvidas?" (Muslim)

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" O Allah, eu sou Teu servo, filho de Teu servo e de Tua serva, minha fronte está em Tuas mãos. Teu comando está sobre mim, é justa Tua conclusão sobre mim. Eu peço-Te, por todos os nomes que a Ti pertencem pelos quais Tú es nomeado, ou pelos que Tú revelastes em Teu livro, ou por algum daqueles que Tú ensinaste a alguma de Tuas criaturas, ou tiveste preservado-o no ocultamento, faze que o Teu Sagrado Alcorão se torne a primavera do meu coração, a luz do meu peito, a partida da minha tristeza e da minha ansiedade".

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Abu Abdullah Al Numam Ibn Bachir (R.A.A.) contou que ouviu o Mensageiro de Deus dizer:
"O que é lícito esta claro e o que é ilícito esta claro. Entre os dois há assuntos duvidosos em relação aos quais as pessoas não sabem se são lícitos ou ilícitos. Quem os evita de modo a salvaguardar a sua religião e a sua honra, esta a salvo, enquanto quem se envolve com algum deles, pode estar praticando algo ilícito, como aquele que leva seus animais para pastar próximo às terras reservadas para pastagem dos animais do Rei, e que são vedadas para os animais de outros; ao fazê-lo, torna possível que algum dos seus animais invada essas terras. O fato é que todo rei tem uma reserva, e a reserva de Deus é tudo aquilo que Ele proibiu. Em verdade em cada corpo humano existe um coágulo, se for benéfico, todo o corpo será sadio, se for maléfico, todo o corpo será doentio. Em verdade este coágulo é o coração." ( Bukhari e Muslim)